Joaninha-de-sete-pintas


São muitos os insetos dotados de simetria bilateral. Esta simetria revela-se, por vezes, de modo subtil; e quase nunca perfeita. Mesmo assim podemos afirmar, sem problema, que esses insetos têm simetria bilateral.



A joaninha é um bom exemplo de simetria bilateral. E o que significa a afirmação «esta joaninha tem simetria bilateral»? ou «esta joaninha tem um plano de simetria»? Para encontrarmos resposta, podemos imaginar um objeto com a configuração de uma joaninha. Se cortássemos esse objeto ao meio, ao longo do seu plano de simetria, e se ajustássemos 
um espelho a esse plano, a imagem refletida, juntamente com uma das metades desse objeto  voltada para o espelho , reconstruiria a joaninha.

Mas se quisermos fazer a experiência devemos usar figuras planas. Nesse caso, o estudo será feito em relação a uma reta – designada por eixo de simetria ou eixo de reflexão.

 

No horizonte dos possíveis

natureza – geometria - poesia

Interação transdisciplinar: leitura de imagem – leitura de poema – representação figurativa. 


Momento 1
Conceito: simetria por reflexão

1. Certamente já tiveste oportunidade de observar uma joaninha. Onde a encontraste? Como surgiu à tua vista? Como era essa joaninha? Conta-me.
– Já viste, alguma vez, uma joaninha a levantar voo? Conta-me como foi. Faz dos teus braços asas… Mas se nunca viste, quando encontrares uma, espera tranquilamente que levante voo – sem a perturbar…

2. Observa esta imagem de uma joaninha-de-sete-pintas:

Joaninha-de-sete-pintas
Foto: Maria Helena Moreira


3. Observa o desenho de uma joaninha-de-sete-pintas. Repara no traçado do eixo de reflexão.

– Como se distribuem as pintas?


Momento 2
Experiência

1. Desenhar uma joaninha numa folha de papel.

2. Cortar o desenho ao meio.




3. Colocar uma tira-espelho perpendicularmente à folha do desenho; ao longo da linha de corte – eixo de simetria.

Nota: Na captação desta imagem foi
utilizado um espelho plano.

4. O que vês?

 

Momento 3
Poema «Joaninha»

Sidónio Muralha escreveu um poema a que deu o título «Joaninha». Está publicado no seu livro «Bichos, Bichinhos e Bicharocos».

1. Lê o poema, para ti, em voz baixa. Procura brincar com os versos dando-lhes entoação.

«A joaninha bonita
Que mora a meio do caminho
Da rua das violetas
Tem um vestido de chita
Todo ele encarnadinho
E cheio de bolinhas pretas.

E quando a gente lhe diz:
«Joaninha voa, voa,
Não me digas que tens medo,
Se voas serás feliz
Que o teu pai está em Lisboa
Foi lá comprar um brinquedo...»

A joaninha responde:
«Se és amigo verdadeiro
Não me digas voa, voa,
 voar sim, mas para onde? 
o meu pai não tem dinheiro
para ter ido a Lisboa...»

E a joaninha bonita
Lá se fica no caminho
Da rua das violetas
Com um vestido de chita
Todo ele encarnadinho
E cheio de bolinhas pretas...»

 A joaninha não foi a Lisboa. Ficou na rua das violetas.

2. Lê, agora para mim, o seguinte excerto do poema.

«A joaninha bonita
Que mora a meio do caminho
Da rua das violetas
Tem um vestido de chita
Todo ele encarnadinho
E cheio de bolinhas pretas.»

– Ilustra este excerto: desenha uma placa toponímica decorada com duas violetas simétricas e uma joaninha. Nome da rua: Rua das Violetas.

– Esta placa toponímica de uma rua de Lisboa pode – certamente – servir-te de inspiração. Observa bem a sua imagem.


Foto: Agostinho Paiva Sobreira-APS


4. Sabias que há joaninhas com outras cores? Observa esta imagem. Gostas?


Foto: Maria Helena Moreira

– Quantas pintas distribuídas pelas asas tem esta joaninha?
– Completa a legenda: joaninha-de-...-pintas.


Dominância

- Observação/ análise de imagem

- Experimentação/ construção de conceitos

- Leitura/ comunicação

- Composição plástica/ geométrica


Sidónio Muralha (1920-1982): Escritor português, poesia e prosa. Com relevância na literatura para a infância.






 

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