No horizonte pedagógico
A minha vida profissional
levou-me a acreditar na importância do gosto pela matemática; na utilidade da
matemática no nosso dia-a-dia; no papel que a matemática poderá exercer na
modelação de muitos dos nossos raciocínios, tornando-os mais claros e aperfeiçoados;
na acuidade que a matemática empresta ao nosso olhar para que possamos apreciar
e interpretar, com maior nitidez, certas obras humanas ou certos aspectos, por
vezes complexos, da natureza. Levou-me a experienciar implicações da confluência de linguagens que
estão ao nosso dispor – verbal, musical, corporal, plástica, matemática –
concorrendo essa confluência para o encantamento; e para o imaginário infantil,
motor de aprendizagens e da comunicação criativa.
Fiquei a saber
que é possível construir ambientes que apoiem a criança no desenvolvimento de
diferentes inteligências que, à partida, florescem em todos nós, tendo elas as
condições propícias.
Fiquei a saber que é possível surpreender a criança com a
matemática, estreitando ela os seus afectos para com esta disciplina –
inegavelmente útil. E que pontes exequíveis entre linguagens tornam mais viável
aquela surpresa.
*Teresa Vergani nasceu em Lisboa. A sua formação pluridisciplinar integra as ciências matemáticas, as ciências da educação, a teologia, a antropologia e a comunicação visual. Seus estudos de pós-graduação foram realizados em Bruxelas, Londres e Genebra. Doutorou-se em Antropologia, Matemática e Ciências da Educação. É poeta e artista plástica de tons fortes e marcantes. Foi consultora da UNESCO em países africanos de expressão portuguesa e exerceu funções docentes nas Universidades de Genebra, Lausana, Luanda e Lisboa e nas Escolas Superiores da Educação de Setúbal e de Santarém e na Universidade Aberta. Publicou mais de uma dezena de livros, além de diversos artigos em periódicos. Os seus escritos contemplam reflexões acerca da criatividade, como uma epistemologia fundamental para a compreensão do homem.
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